Quer encontrar uma vaga temporária de trabalho de fim de ano? Corre que ainda dá tempo
Já estamos na reta final para o fim do ano, época esperada por quem vai tentar uma das vagas temporárias que são abertas para atender as demandas da Black Friday e do Natal. Mesmo em novembro ainda é possível encontrar uma colocação.
Até janeiro, devem ser abertas 565 mil vagas temporárias em todo país, de acordo com a Asserttem (Associação Brasileira do Trabalho Temporário). O montante é 19,8% a mais das vagas abertas no mesmo período no ano passado.
Para encontrar essas vagas, a Asserttem recomenda que os interessados procurem por agências oficiais de trabalho temporário registradas no Ministério da Economia. Essas agências podem ser localizadas por Estado no site da associação.
“Uma dica é que o profissional entenda quais são as suas habilidades e busque uma empresa alinhada ao seu perfil, já que os contratantes buscam trabalhadores com disponibilidade, engajamento para o vontade de aprender”, afirmou o presidente da Asserttem, Marcos de Abreu.
A gerente de serviço e qualidade da Adecco Brasil, Kerullen Pimenta de Sá, diz que os interessados também podem encontrar vagas em redes sociais, páginas de carreiras das empresas, feiras de emprego, sindicatos e prefeituras.
“Estamos no momento chave de se candidatar, pois as contratações seguem a todo vapor para a Black Friday. Mas o candidato que busca uma oportunidade temporária não deve perder mais tempo, deve seguir com sua inscrição o quanto antes”, recomendou Kerullen.
Onde estão as vagas?
Até a segunda semana de novembro, a Infojobs, plataforma de vagas, ainda tinha 13 mil postos de trabalho temporários. No entanto, outras cinco mil devem ser abertas antes do Natal. Segundo Nathália Paes, desenvolvedora de negócios da empresa, no ano passado os setores de comércio demitiram muito, mas neste ano já dão sinais de retomada.
“É um cenário mais positivo, quando se fala do comércio. Ainda dá tempo de encontrar as vagas da Black Friday, que é um pré-Natal”, afirmou Nathália, que, assim como os demais especialistas, ressaltou que os interessados nesses empregos, devem estar entrosados com os meios digitais.
“Além de portais como o Infojobs, essas vagas estão nas áreas de ‘trabalhe conosco’ dos sites das empresas. Não é mais como antes, quando pegavam currículos no papel”.
Nathália dá dicas para os candidatos realizarem uma pesquisa com sucesso e sem armadilhas. “Preste atenção na URL do site da empresa, que não deve ter palavras na frente do nome do lugar. Um empregador idôneo também não cobrar pela vaga. Não faça nenhum tipo de pagamento em espécie por uma promessa de vaga. Nada de PIX, de pagar um curso em troca da colocação. Vimos muitos golpes assim na pandemia”, enfatizou a especialista.
Vagas efetivadas
A estimativa da Asserttem sobre as efetivações das vagas temporárias para este ano deve subir. A média histórica – feita desde 2013 pela associação – era de 15%. Este ano passou para 22%.
“Se a meta for atingida, serão mais de 124 mil efetivados nesse último trimestre do ano”, afirmou o presidente da Asserttem, Marcos de Abreu.
Nas áreas dentro do setor de serviços para turismo, por exemplo,o ritmo de contratações já está a todo vapor, segundo Abreu.
“Bares, restaurantes, agências de turismo estão confiantes e já estão contratando. Quem trabalhar nesses serviços já deve se mexer, correr já. Para o Natal as contratações ainda não começaram”, explicou o presidente da associação.
A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) estima que, só este setor vai contratar 94,2 mil temporários para atender ao aumento das vendas dessa época. Será o maior volume de vagas provisórias desde 2013, quando foram criados 115,5 mil postos temporários de trabalho.
Para o porta-voz da CNC, o economista Fabio Bentes, a estimativa de efetivação destes trabalhadores temporários para 2021 é de 12%, abaixo de anos anteriores.
“Nos anos anteriores à recessão, como 2014, 2015, a taxa era 15% de efetivação, mas foi diminuindo pelas incertezas. Ano passado quase ninguém foi efetivado. Para 2021 fizemos uma estimativa intermediária entre 2014 e 2020”, disse o porta-voz da CNC.
O setor não enfrenta dificuldade para encontrar mão de obra porque não há um nível de qualificação elevado, segundo o economista. Diferente de outros setores que pedem empregados qualificados, o comércio exige geralmente o ensino fundamental completo e, raramente, o ensino médio.
“De um modo geral, é o setor que mais emprega. As vendas de novembro para dezembro quase dobram, mesmo em Natais ruins”, afirmou Bentes.
O avanço da vacinação, que possibilitou o fim da limitação na entrada nos shoppings também impulsiona a abertura de postos de trabalho, segundo o porta-voz da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), Luis Augusto Ildefonso.
“Em 2020 houve muita dispensa. Agora, para atender bem, tem que contratar os adicionais. Os lojistas estão vendo um aumento agora que não era visto há quatro, cinco meses porque agora não tem mais limitação nos shoppings. Mas, os protocolos continuam sendo seguidos”, disse o representante da Alshop.